Beber
água do poço A água é um elemento vital para o ser humano, assim como a comida.
Quando Jesus utiliza estas imagens, comunica-nos algo muito além do visível, do
palpável. O mais importante não é o pão de trigo ou a água do poço, mas o
alimento e a bebida da vida eterna. A água é o sentido da vida, é a graça
divina, o dom da salvação, o Espírito...
O Senhor
nos deseja dar da água viva, mas nem sempre estamos abertos para receber este
dom. Somos resistentes. No AT, o povo quer voltar para trás, duvida do êxodo,
deixa morrer a esperança no Deus que salva, pois percebe que o deserto é árido.
A consequência é a murmuração. Hoje também murmuramos diante das
circunstâncias, deixamos a fé e a esperança morrer, com facilidade. Deus, por
sua vez, convida-nos a arriscar. A samaritana também manifesta sua descrença:
“é você que me dará de beber?”
Deus nos
concede a água viva como um dom genuíno. Mesmo diante de nossas resistências e
murmurações, Ele quer nos saciar. Mas fica o alerta: sem o consentimento
humano, a graça não pode acontecer.
O
Evangelho deste domingo revela muitas riquezas. Apresenta um encontro entre
Jesus e uma mulher samaritana. Primeiramente, observamos que se trata de um
encontro que acontece no cotidiano da vida. Estavam à beira de um poço para
beber água. Jesus se manifesta no comum da vida.
Para
encontrar o Senhor, não podemos ficar preso às regras, ao lugar correto para o
culto, aos preconceitos em relação à mulher ou ao estrangeiro. É preciso
assumir o verdadeiro culto “em espírito e verdade”, superando dinheiro na internet os ritualismos vazios.
A
samaritana fez um conhecimento gradual de Jesus: considerado inicialmente como
um desconhecido, passa a judeu inimigo, depois um homem desconcertante, mais
tarde um profeta e, por fim, o Messias. Somos convidados a avançar no
conhecimento do Senhor, acolhendo o dom da água viva. Não o conhecemos de uma
vez só, mas ao longo de toda a nossa existência, por um processo de conversão
constante.
O
encontro transforma a vida da pessoa. A samaritana não seria a mesma depois do
diálogo com Jesus. Quando encontramos o Senhor, a nossa vida ganha novo
sentido, passa a ser uma nova vida, somos “nova criatura”.
O
encontro afetivo proporciona uma nova visão do mundo, da realidade...
O
encontro também leva à missão, por isso, a samaritana se vê impelida a ir ao
encontro dos demais para proclamar que ela viu o Messias. Quem encontra o
Senhor não o guarda para si, não se satisfaz com algumas experiências de
satisfação espiritual, não se contenta com a prática de ritos. O encontro
necessariamente nos leva à adesão do seu Reino, da missão.
Quem
encontrou o Senhor, deseja, sem proselitismos, fazer com que outros também o
encontrem. Junto com os catecúmenos que se preparam para os sacramentos da
iniciação, recebemos o convite para escrutinar nosso coração, ou seja, olhar
para dentro de si mesmo à luz do projeto divino, percebendo se estamos vivendo
de acordo com a proposta do Evangelho: acolhemos a água viva e deixamos de lado
as resistências? O nosso encontro com o Cristo é profundo e verdadeiro? Somos
conduzidos à missão? Quem tiver sede, venha a mim e beba. Do seu interior
brotará fontes de água viva! Pe. Roberto Nentwig Postado por Bíblia e Catequese
às 10:13
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