FONTE:
CNBB (Sexta, 07 Março 2014 18:56)
Dom Antonio Carlos Rossi
Keller
Bispo de Frederico Westphalen
(RS)
O Evangelho deste 1º Domingo da Quaresma (Mateus 4,
1-11), nos mostra a luta de Nosso Senhor Jesus Cristo contra Satanás, usando
sempre frases da Sagrada Escritura, como que a sugerir-nos que da Palavra de
Deus nos vem a luz para sabermos o que havemos de fazer, na hora da tentação.
O Demônio tenta-nos sempre com a mesma tática.
‑ Parte, de ordinário, de uma coisa naturalmente
boa. Em seguida deforma-a, exagerando, transformando em outro o objeto inicial
da tentação.
Nas tentações de Jesus, o demônio parte da fome
(1ª); da Sua missão de Messias que devia ser reconhecida por todos (2ª); e de
Ele querer estabelecer um Reino universal (3ª).Para nós, pode partir do
cansaço, de qualquer carência natural, da amizade, do cuidado das coisas
temporais, etc.
‑ Quando nos quer enganar, não nos leva, em geral,
a dizer não a Deus imediatamente, mas a atrasar o nosso sim a Deus, a deixar
para depois. Ele sabe que, por sucessivos adiamentos, consegue levar-nos a
faltar ao dever.
Nas três tentações a que se submete, Jesus resume todas aquelas que podemos sofrer:
‑ Voltar todas as nossas preocupações para os
cuidados materiais da vida. Depois, o prazer é desligado da sua finalidade: ao
comer procura o sabor, em vez da alimentação; na sexualidade, o prazer, em vez
de o colocar ao serviço da vida, do amor e da família; no desejo de alcançar um
fim (mesmo bom) o inimigo leva-nos a não olhar os meios para o conseguir. Um
fim bom nunca pode justificar meios que Deus condena.
Na Quaresma, aprendemos a lutar contra as
tentações, a renovar nossa vida de filhos de Deus. Preparemo-nos generosamente
para uma renovação interior nesta Quaresma, pela fidelidade às promessas do
nosso Batismo.
Preparemo-nos também para a luta, o combate
espiritual da santificação. «Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim,
teve fome.»Todo o bom desportista prepara-se cuidadosamente para a competição,
treinando-se e prevenindo-se contra a tática do adversário. Jesus Cristo
prepara-Se para este combate singular pela oração e o jejum durante quarenta
dias e quarenta noites.
O jejum pode apresentar-se sob diversas formas:
‑ na comida e bebida, com referências à qualidade e à quantidade;
‑ nos olhos e nos ouvidos, quando nos abstemos de coisas más e de outras que, mesmo sendo boas, nos custa passar sem elas, tais como programas de televisão, restringir o uso do carro, mortificar os olhos, a língua nas conversas, restringir o uso da internet, etc.
‑ A mortificação há de ser contínua, como os exercícios do atleta, para o manterem em boa forma.
Recorramos filialmente à ajuda de Nossa Senhora, a
fim de alcançarmos a vitória.
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