quarta-feira, 18 de março de 2015

Papa explica como atender bem uma confissão




SACRAMENTO DA PENITÊNCIA





Da Redação, com Rádio Vaticano
"Não existe nenhum pecado que Deus não possa perdoar" / Foto: L'Osservatore Romano
“Não existe nenhum pecado que Deus não possa perdoar” / Foto: L’Osservatore Romano
O Papa Francisco recebeu, nesta quinta-feira, 12, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do 26º Curso sobre o Foro interno da Penitenciária Apostólica. Esse curso tem a finalidade pastoral de ajudar os novos sacerdotes e candidatos ao Sacramento da Ordem a administrarem corretamente o Sacramento da Reconciliação.
“Os sacramentos, como sabemos, são o lugar da proximidade e ternura de Deus pelos homens. Eles são a maneira concreta que Deus pensou para vir ao nosso encontro, para nos abraçar sem se envergonhar de nós e do nosso limite”, explicou Francisco.
Ele destacou que, dentre os sacramentos, o da Reconcili
ação torna presente o rosto misericordioso de Deus, o concretiza e o manifesta continuamente.

“Não podemos nos esquecer, seja como penitentes ou confessores, de que não existe nenhum pecado que Deus não possa perdoar”, disse ainda o Santo Padre.
Francisco apresentou três exigências para viver o Sacramento da Penitência: meio para educar para a misericórdia, deixar-se educar por aquilo que celebramos e manter o olhar sobrenatural.
Viver o Sacramento da Penitência como meio para educar para a misericórdia
“Viver o sacramento como meio para educar para a misericórdia significa ajudar os nossos irmãos a fazerem experiência de paz e compreensão humana e cristã. A confissão não deve ser uma tortura. Todos devem sair da confissão com a alegria no coração, com o rosto radiante de esperança, mesmo se, às vezes, como sabemos, molhado pelas lágrimas da conversão e alegria”, disse ainda Francisco.
O Santo Padre explicou que o sacramento, com todos os atos do penitente, não deve se tornar um interrogatório pesado, incômodo e invasor, mas, pelo contrário, deve ser um encontro libertador e rico de humanidade. Francisco disse que educar para a misericórdia  não exclui, mas inclui o justo compromisso de corrigir o mal cometido.
“Assim, o fiel se sentirá convidado a se confessar frequentemente e aprenderá a fazê-lo da melhor maneira possível, com aquela delicadeza da alma que faz tanto bem ao coração, até mesmo ao coração do confessor. Nesse sentido, nós sacerdotes cresçamos na relação pessoal com Deus a fim de que se dilate nos corações o seu Reino de amor e paz”.
Deixar-se educar por aquilo que celebramos
Aos confessores Francisco pediu que se deixem educar pelo Sacramento da Reconciliação. Ele destacou que, muitas vezes, ouvir confissões edifica o próprio confessor!
“Irmãos e irmãs que vivem uma autêntica comunhão pessoal e eclesial com o Senhor e um amor sincero pelos irmãos. Almas simples, almas de pobres em espírito, que se abandonam totalmente ao Senhor, que confiam na Igreja e também no confessor.”
O Pontífice chamou à atenção para o fato de que os confessores presenciam verdadeiros milagres de conversão, como casos de pessoas que há meses ou anos estão sob o domínio do pecado e que, como o Filho Pródigo, caem em si e decidem se levantar e retornar à casa do Pai para implorar o seu perdão.
“Como é bom acolher esses irmãos e irmãs arrependidos com o abraço bendizente do Pai misericordioso que tanto nos ama e se alegra por todo filho que volta para Ele de coração! Podemos aprender da conversão e do arrependimento de nossos irmãos. Eles nos convidam a fazer um exame de consciência: eu, sacerdote, amo o Senhor que me fez ministro de sua misericórdia? Eu, confessor, estou disponível à mudança, à conversão, como este penitente para o qual fui colocado a serviço?”
Manter o olhar sobrenatural
Em seu discurso, o Papa ainda orientou os confessores que ao ouvir as confissões sacramentais dos fiéis, mantenham um olhar interior dirigido ao céu, ao sobrenatural.
“Devemos, primeiramente, reavivar em nós a consciência de que ninguém é colocado em tal ministério por si mesmo, nem por suas competências teológicas ou jurídicas, nem por sua feição humana ou psicológica. Fomos constituídos ministros da reconciliação somente pela graça de Deus, gratuitamente e por amor, por misericórdia. Somos ministros da misericórdia graças à misericórdia de Deus.”
Francisco explicou que o olhar sobrenatural torna o confessor humilde, acolhedor e misericordioso para com o irmão que pede para se confessar, e que até mesmo a maneira de ouvir os pecadores deve ser sobrenatural e respeitosa pela dignidade e história pessoal de cada um.
“Por isso, a Igreja é chamada a educar os seus membros, sacerdotes, religiosos e leigos, para a arte do acompanhamento, a fim de que todos aprendam sempre a tirar as sandálias diante da terra sagrada do outro. Todo penitente que procura a confissão é ‘terra sagrada’ que deve ser cultivada com dedicação, zelo e atenção pastoral”, disse ainda Francisco em seu discurso.”
O Papa convidou os presentes a usufruírem do tempo quaresmal para a conversão pessoal e dedicação generosa à escuta das confissões, a fim de que o povo de Deus possa chegar purificado à Festa Pascal.

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