FONTE: CNBB (TERÇA,
03 MARÇO 2015 16:34)
DOM FERNANDO ARÊAS RIFAN
BISPO DA ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA PESSOAL SÃO JOÃO MARIA VIANNEY (RJ)
DOM FERNANDO ARÊAS RIFAN
BISPO DA ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA PESSOAL SÃO JOÃO MARIA VIANNEY (RJ)
“Na
nossa época, o matrimónio e a família estão em crise. Vivemos numa cultura do
provisório, na qual cada vez mais pessoas renunciam ao matrimónio como
compromisso público. Esta revolução nos costumes e na moral agitou com
frequência a ‘bandeira da liberdade’, mas na realidade trouxe devastação
espiritual e material a numerosos seres humanos, de maneira especial aos mais
vulneráveis. É cada vez mais evidente que o declínio da cultura do matrimónio
está associado a um aumento de pobreza e a uma série de numerosos outros
problemas sociais que atingem em medida desproporcional as mulheres, as
crianças e os idosos. E são sempre eles quem mais sofre nesta crise” (Papa
Francisco, Discurso aos participantes no encontro internacional sobre a
complementaridade entre homem e a mulher, 17/11/2014).
Foi o
cristianismo que salvou a dignidade da mulher! A história, nos testemunhos de
Juvenal e Ovídio, nos conta que a moral sexual e a fidelidade conjugal, antes
do cristianismo, estavam em extrema degradação. Constatamos isso, vendo
atualmente a situação da mulher nos povos que não têm o cristianismo. No começo
do século II, Tácito afirmava que uma mulher casta era um fenômeno raro.
Galeno, o médico grego do século II, ficava impressionado com a retidão do
comportamento sexual dos cristãos. Os próprios historiadores são obrigados a
confessar que foram os cristãos que restauraram a dignidade do matrimônio.
O
cristianismo estendeu o conceito de adultério também à infidelidade do marido,
pois no mundo antigo ele só se limitava à infidelidade da esposa. O
cristianismo santificou o matrimônio, elevando-o à ordem de sacramento,
proibindo o divórcio, que prejudica, sobretudo, a mulher. O cristianismo, ao
contrário da mentalidade machista, iguala o pecado do homem e da mulher: o
sexto e o nono mandamentos valem igualmente para os dois.
As
mulheres encontraram na Igreja, conforme a sua própria condição, seu lugar
digno: foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo
próprio, dirigir suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e
orfanatos, coisa impensável no mundo antigo (cf. Thomas E. Woods Jr, “Como a
Igreja Católica construiu a civilização ocidental”).
O
homem e a mulher são seres humanos, em grau igual, ambos criados à imagem de
Deus. Mas, “a igualdade de dignidade não significa ser idêntico aos homens.
Isso só empobrece as mulheres e toda a sociedade, deformando ou perdendo a
riqueza única e valores próprios da feminilidade. Na visão da Igreja, o homem e
a mulher foram chamados pelo Criador para viver em profunda comunhão entre si,
conhecendo-se mutuamente, para dar a si mesmos e agir em conjunto, tendendo
para o bem comum com as características complementares do que é feminino e
masculino” (S. João Paulo II, Mensagem sobre a mulher, 26/5/1995).
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