NOSSA HOMENAGEM AOS QUERIDOS SACERDOTES QUE FAZEM A DIOCESE DE PETROLINA, NESSE DIA A VOCÊS DEDICADO NO MÊS VOCACIONAL: DIA DO PADRE, MUITO OBRIGADO POR NOS CONDUZIR!
FONTE: CNBB (Sexta, 01 Agosto 2014 16:41)
Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Amparo
Bispo de Amparo
Todas as vocações são dadas por Deus e são
sublimes. A grande e primeira vocação do ser humano é a filiação divina:
tornar-se em Jesus Cristo filhos de Deus. Jesus ensinou a chamar Deus de Pai
nosso. Esta vida de amor filial a Deus, portanto, tem como consequência o amor
fraternal aos irmãos. Esta é nossa vocação primeira: união com Deus no amor. “O
Unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade,
assumiu nossa natureza, para que feito homem, dos homens fizesse deuses” (S.
Tomás de Aquino, in Op. 57, In festo Corporis Christi, lect. 1-4).
Porém Jesus deixou-nos a Igreja, Povo de Deus que
caminha neste mundo; “O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a boa nova do
Reino de Deus...” (LG n. 5). Na Igreja temos vários carismas e vocações, para
múltiplas tarefas que constroem na caridade um novo mundo possível: o Reino de
Deus que tem início aqui e se consuma na eternidade. Um destes carismas é o
serviço sacerdotal. Ser padre é uma vocação para o serviço. Ser para a
comunidade um sinal (sacramento) da presença de Jesus bom pastor no meio de seu
povo.
Este ser sinal de Jesus Cristo, é uma vocação, é
uma tarefa importante e necessária para o crescimento da Igreja e
consequentemente do Reino de Deus, a serviço doa qual está a Igreja. Esta
missão deve ser assumida com grande humildade, discernimento e determinação.
Ser padre é antes de tudo um serviço de amor (amoris officium). Este serviço de
amor é uma doação desinteressada que não tem como objetivo a projeção de si
mesmo, nem o lucro pessoal. “Há mais alegria em dar que em receber” (At 20,
35).
Este serviço do padre é sinalizado na “caridade
pastoral” a qual se caracteriza pelo conhecimento das ovelhas. Isto não
significa conhecer todas as pessoas da paróquia, mas saber e estar consciente
de suas dores, angústias, preocupações e alegrias. O bom pastor dá a vida por
suas ovelhas, não se preservando, dando tudo, até mesmo o tempo que sobra. O
bom pastor busca as ovelhas desgarradas. Não se trata, creio eu de ir bater à
porta das casas, mas ser uma presença visível e acessível para todos.
A condição para isso nós sabemos, esta na
intimidade com Jesus Cristo. É Ele que dá força e sustento em meio às
dificuldades e contratempos que sobreveem no exercício do ministério. Pois não
se pode esquecer que a escolha dos apóstolos é para em primeiro lugar “estar
com ele” (cf. Mc 3, 14).
O padre deve ter sempre presente o que escreveu um
grande santo e bispo de Milão no terceiro século da Igreja: “O clérigo que
serve a Igreja de Cristo deve de início considerar e traduzir o nome que leva
e, depois de ter definido esse nome, esforçar-se por ser o que o título
exprime. A palavra grega kléros significa parte , porção tirada em sorte: os
que levam o nome de clérigos levam-no porque são a parte do Senhor ou porque
tem o Senhor por parte. Aquele que professa uma e outra coisa deve mostrar por
seu comportamento que possui o Senhor ou que é possuído por Ele. mas aquele que
possui o Senhor e diz com o Profeta: O Senhor é minha herança, não pode ter
nada além do Senhor”(Santo Ambrósio, Epist. 52,5 ad Nepontianum in- P L 22,
531).
Assim, o significado da palavra clero, que não raro
hoje é depreciado, adquire seu verdadeiro sentido: ser uma pessoa livre para
servir somente a Deus, e por causa dele servir os irmãos.
No início deste mês de agosto no qual celebramos o
padroeiro dos padres, o Santo Cura d´Ars, rezemos pelos nossos padres.
Procuremos ajudá-los a viver esta sublime vocação a que foram chamados.
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