CNBB: Terça, 12 Agosto 2014 12:49
Dom Aldo Pagotto
Arcebispo da Paraíba (PB)
Arcebispo da Paraíba (PB)
Nós, pais de
família, formadores, professores, devemos muito aos ensinos do psicoterapeuta e
pedagogo Içami Tiba, que emprega a sua vida na orientação de crianças e,
principalmente, de adolescentes. Sua obra “Disciplina, o limite na medida
certa” oferece um roteiro de grande valor para enfrentar desafios e
contradições com os quais nos deparamos na sociedade de consumo. Pela própria
designência, o consumismo cria falsas necessidades nas pessoas, sem exceção. Em
função do lucro, criam-se modas e condicionamentos vinculados à imagem. O
objetivo é faturar, unicamente. Diante desse fato consumado, os pais que se
virem para educar seus filhos que, desde muito cedo, crescem sob a influência
direta dos veículos de propaganda.
É preciso insistir
junto aos pais na possibilidade real de exercer autoridade e muito amor,
firmeza e bondade, orientação de rumos aos mais novos, criando mentes sadias,
com convicções profundas do que deva ser feito para o bem pessoal e coletivo,
familiar e social. Os pais podem e devem evitar falsas necessidades que, desde
cedo, manifestam-se em seus filhos. Se não for superada a mentira, a
personalidade do filho corre o risco de deformação complexa. Nesse sentido, a
Palavra de Deus diz claramente que o pai que poupa a correção ao seu filho não
ama o seu filho de verdade.
Orientadores
atualizados refazem determinadas opiniões pedagógicas que vêm se demonstrando
insuficientes, falhas e prejudiciais. Não se deixa um filho “livre e solto”,
aprendendo por si mesmo. A tendência será a criação de necessidades advindas da
sociedade de consumo, tal são o seu fascínio e o domínio que ela exerce sob as
mentes ainda não formadas, em fase de busca do sentido da vida. Daí os pais
devem estabelecer claramente possibilidades e limites, dando exemplos fáceis da
criança compreender e aceitar: amor, respeito, gratidão, consideração pelo
valor dos outros, honestidade...
Pais, evitem
contradizer-se entre o que são, o que fazem e o que tentam transmitir com
autoridade discreta e digna. Nunca mintam nem “enfeitem” a verdade aos filhos,
pois arranjos mal feitos não têm consistência e confundem a cabeça das
crianças. O pulso firme e a serenidade caminham lado a lado, sobretudo nos
acordos junto aos filhos. Evite “medir forças” com os filhos, pois em pouco
tempo será preciso rever posicionamentos e reagir ante as contradições e os
percalços da vida. Aliás, a vida muda, os sentimentos mudam, as pessoas mudam
diante de circunstâncias. A verdade deve ser buscada. A verdade liberta-nos. Nesse
sentido, os Mandamentos da Lei de Deus nos orientam!
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