Qui, 28
de Novembro de 2013 12:59 cnbb
“O anúncio de Jesus Cristo no
mundo de hoje, secular e pluricultural”. Este foi o tema da palestra feita pelo
argentino Lucas Cerviño, que abriu o ciclo de conferências do 4º Congresso
Americano Missionário (CAM 4 – Comla 9), na manhã de ontem, 27, no Palácio de
Eventos, em Maracaibo (Venezuela).
O conferencista
destacou que, para partilhar a fé, é preciso saber olhar e compreender o mundo
marcado por mudanças.
Segundo afirmou, o mundo hoje é caracterizado por
transformações “extremamente velozes”. “Um mundo sempre mais plural,
fragmentado e complexo”.
Para
Cerviño quatro perguntas devem dirigir o olhar sobre a realidade que marca o
mundo hoje: de onde olhar a realidade?; como olhar a realidade?; o que olhar?;
para que olhar a realidade?
De acordo
com o conferencista o lugar de onde se vê a realidade configura o modo de olhar
o mundo em seus processos socioeconômicos, culturais, religiosos e políticos.
“Queremos olhar uma e outra vez o mundo para optar por uma convivência
intercultural capaz de gerar alternativas de vida no presente: hoje, aqui e
agora”, disse. “Olhar o mundo para oferecer, com respeito e desprendimento,
nossa plenitude”, acrescentou.
Sobre os modos de ver a realidade, Cerviño disse
que há olhares “compassivos ou que julgam, misericordiosos ou denunciadores,
profundos ou superficiais, frios ou quentes, complacentes ou desrespeitosos”.
Acentuou, no entanto, que é preciso olhar o mundo com o olhar de Jesus.
“Jesus desenvolve uma capacidade especial de
sensibilidade para captar a realidade e posicionar-se diante dela”, observou.
“Uma maneira de olhar em que sobressai o pequeno, insignificante ou escondido:
uma viúva pobre, algumas crianças que são rejeitadas, um jovem rico de si
mesmo”, acrescentou.
Cerviño destacou ainda o caráter religioso que
marca o continente americano. Para ele não se trata tanto de uma realidade
secularizada, mas plurirreligiosa. Recordou o sociólogo chileno, Parker, que
aponta quatro causas do pluralismo religioso: a influência da cultura do
consumo, os meios de comunicação que permitem conhecer outras práticas religiosas,
a transformação do campo educacional e o surgimento de movimentos sociais e
indígenas que “no fortalecimento de sua identidade revalorizam suas práticas e
crenças religiosas”.
Somente na tarde de ontem, houve 21 fóruns
temáticos abordando vários assuntos ligados à missão. O fórum número 18 -
“Testemunho e martírio na América” – teve como conferencistas a Irmã Marie
Henriqueta Ferreira Cavalcante, da Comissão Justiça e Paz do Regional Norte 2
da CNBB, e o bispo do Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário,
dom Erwin Krautler.
Fonte: Pontifícias Obras Missionárias
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