Qua, 27
de Novembro de 2013 14:38 cnbb
Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
A bandeira da União Européia (UE), estabelecida
pelo Tratado de Maastricht na década de 1990, possui 12 estrelas douradas que
formam um círculo sobre um fundo azul. Essa bandeira aparece na face de todas
as notas de “Euro” e as estrelas em todas as moedas. Essa bandeira foi criada
pelo designer francês católico Arsène Heitz, que ganhou a competição para a
escolha do símbolo maior da UE. Heitz disse que se inspirou na “Medalha
Milagrosa” que ele usava no pescoço. O simbolismo da bandeira é uma clara
alusão à devoção mariana, que atribui a Nossa Senhora a passagem do início do
capítulo 12 do Apocalipse:
“E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida
do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e sobre a cabeça uma coroa de 12
estrelas”. O presidente da comissão julgadora era um judeu belga que se
convertera ao catolicismo e foi bastante sensível ao número 12 que, na
simbologia bíblica, representa a perfeição: 12 tribos de Israel, 12 Apóstolos,
12 meses do ano, etc.
Interessante e irônico! A Europa, que cada vez mais
rejeita os valores cristãos, que tinha recusado estampar a cruz na sua bandeira
por ser um símbolo cristão, acabou colocando nela um símbolo mariano, honrando
assim a Mãe de Jesus. “Ad Jesum per Mariam!” Parece com a história daquele ateu
que não conseguia rezar o Pai-Nosso, e tentou rezar a Ave-Maria: é claro que se
converteu. Chegou, por Maria, até Jesus. Caminho seguro!
A “Medalha Milagrosa”, que inspirou o designer
francês, tem origem na célebre aparição de Nossa Senhora a Santa Catarina
Labouré, então noviça das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris,
em 27 de novembro de 1830, há precisamente 183 anos. A Virgem lhe apareceu
sobre um grande globo, com os braços estendidos e dedos ornados por anéis que
irradiavam luz e rodeada por uma frase que dizia: Ó Maria, concebida sem
pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. E lhe disse: “Faz cunhar uma
medalha onde apareça minha imagem como vês agora. Todos os que a usarem
receberão grandes graças”. E Maria lhe mostrou como deveria ser o verso da medalha:
a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, os Corações de Jesus e de
sua Mãe, contornado por uma coroa de 12 estrelas.
A frase inscrita na medalha sintetiza a mensagem
que a Virgem revelou: sua Imaculada Conceição, que seria proclamada dogma de Fé
em 1854, pelo Papa Pio IX, e ratificada na aparição de Lourdes em 1858, e a
mediação da Mãe de Deus junto ao seu Divino Filho: Maria, Medianeira imaculada.
Assim temos Nossa Senhora das Graças, da Medalha Milagrosa.
Interessante é que de início, o padre confessor de
Santa Catarina, Pe. Jean Marie Aladel, não acreditou no que ela lhe contou, mas
depois de dois anos de cuidadosa observação, ele se dirigiu ao Arcebispo, que
ordenou a cunhagem das medalhas, que se espalharam pela Europa e por todo o mundo,
sendo o veículo de inúmeras graças de Deus.
O Papa Pio XII chamou Santa Catarina Labouré de “a
santa do silêncio”, pois guardou consigo até à morte o segredo dessa aparição.
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