FONTE: CNBB (QUARTA, 11 JUNHO 2014 10:56)
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Bispo de Campos (RJ)
Celebramos hoje a festa do amado e venerado Santo
Antônio, que sempre nos atrai inclusive pela sua apresentação iconográfica
portando o Menino Jesus sobre a Bíblia, cheio de ternura e de atenção amorosa.
Este santo é muito atual, pois nos lembra que no nosso cotidiano perpassado não
raro de necessidades, aflições e angústias temos um amigo que sempre nos
atende, que nos escuta, que tem um olhar bondoso para a nossa frágil situação,
lembrando a compaixão e a misericórdia divina.
Seus sinais de resposta, os anunciados milagres são
explicitação de quem apóia, consola, e sempre nos ajuda no nosso caminhar
especialmente reforçando nosso trabalho, família e saúde, as demandas
essenciais do nosso viver e conviver. Diante de uma mentalidade hedonista que
proclama a tirania do prazer e a desconstrução da família, ele com seus
ensinamentos a escora no amor cristão, indicando o caminho da felicidade
conjugal, tornando a cada lar um remanso de alegria e de paz.
Diante de um crescente descaso e esquecimento da
nossa comunhão com a mãe terra e suas criaturas, ele nos motiva a
comunicarmo-nos com todos os seres vivos, com amor e mansidão, como falou aos
peixinhos. E face ainda a uma globalização perversa que fez retornar o
capitalismo selvagem e a escravidão, recordamos duas grandes batalhas em prol
dos pequenos e dos pobres que Santo Antônio livrou. A primeira foi a
emancipação da escravidão por dívidas, fazendo aprovar uma lei que se encontra
na Municipalidade de Pádua.
A outra foi a denúncia incessante contra os juros
escorchantes que exploravam os pobres: camponeses e trabalhadores. Fustigou
seriamente a avareza e a luxúria que levavam ao indiferentismo e a opressão dos
pequenos, precipitando-os na sarjeta do crime e da prostituição.
Foi um incansável pregador e profeta da Palavra de
Deus da qual se tornou, guardião, interprete e sábio educador. A humanidade
inteira cresceu em fraternidade, bondade, e a paz como dom divino, ouvindo e
acolhendo nos seus corações o testemunho cordial e amoroso deste incomparável
filho de São Francisco.
Deus seja louvado!
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