Ter, 05 de Junho de 2012 10:11 por: cnbb
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Não está fácil
preencher os vácuos abertos, há décadas, na Catequese. Há bons anos (1979) João
Paulo II interveio com a “Cathechesi Tradendae”, uma Instrução Apostólica da
maior relevância. Nela aparece a necessidade de se fazer um esforço para
superar a pura “instrução” para buscar um caminho mais vivencial. E mesmo no
Brasil nós Bispos fizemos um esforço gigantesco, em 1983, através da “Catequese
Renovada”, (documento redigido após diálogo prolongado com as bases
paroquiais), para se introduzir um método mais
bíblico de descoberta da fé.
Neste mesmo documento se afirmava a importância fundamental da catequese com
adultos. Alguns tresleram e quiseram abandonar a catequese para crianças e
adolescentes, declarando-a ineficaz. Jesus advertiu: “Deixai vir a mim as
crianças, e não as impeçais” (Mc 10, 14). O que a Catequese Renovada nos
encoraja a fazer é envolver sempre mais os pais, através de participações
diversas. Mas não abandonar esse rico filão de ouro, que é o encontro na fé,
com as novas gerações.
O que temos visto nos
últimos tempos, é a porcentagem sempre mais alta de participantes da Catequese
com adultos. Mas com todo o respeito do mundo quero fazer um comentário. Dizem
que a finalidade da Catequese é formar para a Vida Cristã, e não preparar para
os sacramentos. Certíssimo. Mas se for só assim, quem é que vai freqüentar os
nossos encontros catequéticos? Só os que já são conscientes e querem crescer no
aperfeiçoamento do seguimento de Cristo. Quando oferecemos a oportunidade para
fazer a primeira Eucaristia, ou receber a Unção Crismal, aproveitamos para
inserir nessa preparação todo o aprofundamento da Vida Cristã. Se alguém é um
nobre idealista, experimente abrir um grupo catequético só para crescer nas
virtudes cristãs. E depois me conte quantos perseveraram. O que eu tenho visto
- mesmo na Catequese com adultos - a motivação forte é poder ser crismado, e
poder comungar. As motivações humanas podem estar presentes até nos atos mais
nobres do apostolado: “Alegrai-vos porque o nome de vocês está inscrito nos
céus” (Lc 10, 20).
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