Seg, 04 de Junho de 2012 14:48 por: cnbb
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)
Arcebispo de Maringá (PR)
Nesse domingo (03) terminou o sétimo
Encontro Mundial das Famílias em Milão, Itália. “Família, trabalho e a festa”
foi o tema norteador de todas as reflexões. A presença do Papa Bento XVI
durante três dias do encontro deu a todas as famílias um novo entusiasmo na
missão.
Ao analisar este tema entendi que a
família não vive do vento; ela precisa trabalhar. Ao mesmo tempo precisa fazer
festa; festa no sentido de encontro, de descanso, de ter tempo para
promover
relacionamentos verdadeiros e reavivar os laços de família.
O perigo de que o trabalho se torne um
ídolo é válido também para as famílias. Isso acontece quando a atividade do
trabalho detém o primado absoluto perante as relações familiares, quando os
cônjuges se sentem obcecados pelo lucro econômico e depositam a felicidade
unicamente no bem-estar material.
O risco dos trabalhadores, em todas as
épocas, é de se esquecerem de Deus, deixando-se absorver completamente pelas
ocupações mundanas, na convicção de que nelas se encontra a satisfação de todos
os seus desejos.
Infelizmente, a necessidade de
sustentar a família, muitas vezes não proporciona aos cônjuges a possibilidade
de escolher com sabedoria e harmonia.
“No sétimo dia, Deus concluiu toda obra
que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda obra que fizera. Deus
abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nesse dia Deus repousou de toda a
obra da criação” (Gn 2,2-3). O sétimo dia é, para os cristãos, o “dia do
Senhor”, porque celebra o Ressuscitado presente e vivo no seio da comunidade
cristã, na família e na vida pessoal.
O ser humano moderno perdeu o sentido
verdadeiro da festa. É necessário recuperar o sentido da festa, e de modo particular
do domingo, como um “tempo para ser humano”. Aliás, um tempo para a família.
Não somos máquinas para produzir e ganhar dinheiro; somos gente que precisa ser
gente, ser humano em relações com os outros e com Deus.
Mais do que nunca, hoje, as famílias
necessitam descobrir a festa como lugar do encontro com Deus e da aproximação
entre os membros da família, criando um ambiente de pessoas que se querem bem.
A mesa dominical deve ser diferente dos outros dias, não só pela comida, e sim
pelo encontro familiar.
O dia do Senhor deve ser vivido como um
tempo para Deus, espaço de comunhão e fraternidade na família e na comunidade,
sem esquecer-se do amor aos pobres. Para experimentar a presença do Senhor
ressuscitado, a família é exortada, aos domingos em especial, a deixar-se
iluminar pela Eucaristia.
No domingo, a família encontra o
sentido e a razão da semana que se inicia. Hoje, mais do que nunca, as famílias
necessitam resgatar o justo valor do trabalho, sem esquecer-se da festa
dominical com o Senhor, e com os irmãos. “Nada adianta ganhar o mundo inteiro
se vier perder a sua alma” (Mc 8,36). Que Deus abençoe as nossas famílias!
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