quinta-feira, 12 de abril de 2012

A PSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO DA FÉ


Quinta-feira, 12 de abril de 2012

A necessidade da Psicopedagogia na educação da fé


Educação da fé conforme as idades

A missão evangelizadora da catequese é acima de tudo educação da fé. Em um primeiro momento devemos nos perguntar: É possível educar a fé de alguém? Ou educar alguém para a vida de fé? Aqui temos duas palavras chaves para a nossa ação evangelizadora de catequista: Educação e Fé.  Vamos buscar entender o que significam: 

Educação

É muito interessante percebemos que a palavra Educação esta ligada com pedagogo, discípulo, instrução, pois fazem parte de um mesmo campo lexical, pois todas têm algo em comum. Há traços sêmicos envolvendo cada um destes vocábulos.

Educação vem do verbo educar. Podemos dizer que educação veio do verbo latim educare. Nele, temos o prevérbio e- e o verbo – ducare,¬ dúcere. No itálico, donde proveio o latim, dúcere se prende à raiz indo-européia DUK-, grau zero da raiz DEUK-,cuja acepção primitiva era levar, conduzir, guiar. Educare, no latim, era um verbo que tinha o sentido de “criar (uma criança), nutrir, fazer crescer. Etimologicamente, poderíamos afirmar que educação, do verbo educar, significa “trazer à luz a idéia”. 

Fé 
Por fé podemos entender genericamente a parir do Latim como fides, e do Grego pistia, sendo traduzida como a firme convicção de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta idéia ou fonte de transmissão. Em hebraico he’ emîn da raiz aman, indica que crer significa “sentir-se seguro” “confiar em” “apoiar-se em”
Na Sagrada Escritura a fé é entendida como adesão total, que envolve a pessoa toda, “a fé se apresenta como entrega religiosa de toda a pessoa e não simplesmente adesão intelectual ou obediência moral, respondendo à natureza dinâmica, vital e pessoal da Palavra de Deus.”  
Podemos perceber, no entanto que a fé de uma pessoa que abraçou a vida cristã, que viveu um processo de conversão não se reduz a uma adesão a verdade dogmáticas apenas; é base de um apelo pessoal de Deus; é um acontecimento que concerne à pessoa toda e lhe permite entrar no universo da aliança; é um encontro primeiro pessoal e depois comunitário com Jesus Cristo, reconhecido como o Deus que vem, que salva e que reúne. 
Na catequese é preciso pensar em uma educação da fé que seja libertadora, que ajude o catequizando a pensar sobre a vida, a realidade, a cultura, ou seja, uma educação da fé que ajude a pensar problematizando o conhecimento, promovendo assim a autonomia e a formação da consciência crítica. O catequista também não pode ter a pretensão de apenas ser o educador, mas ao mesmo tempo alguém que ajuda o catequizando a fazer a experiência de fé, e ao mesmo tempo também é educa na fé. A educação da fé não acontece sozinho e isolado, mas em comunhão.
Devemos compreender acima de tudo que a fé é dom e graça de Deus, não há podemos limitar apenas ao nível humano, mas constitui uma atitude de fundo que dá sentido e orienta toda a vida. “A fé é um dom de Deus. Pode nascer do íntimo do coração humano somente como fruto da graça prévia e adjuvante e como resposta, completamente livre, à moção do Espírito Santo, que move o coração e o dirige a Deus, dando-lhe suavidade no consentir e crer na verdade”.(DGC, n. 55)  
A educação da fé na catequese tem a missão de ajudar no processo de humanização do homem e da mulher sonhando a busca da transformação social. Neste sentido ressaltamos a importância e a necessidade da catequese para as diferentes idades que “é a exigência essencial para a comunidade cristã. Por um lado, de fato, a fé participa do desenvolvimento da pessoa; por outro lado, cada fase da vida é exposta ao desafio da descristianização e deve, acima de tudo, aceitar como um desafio, as tarefas sempre novas da vocação cristã”. (DGC, n.171, DNC, n.180) 
Pe. Eduardo Calandro
Pe. Jordélio Siles Ledo

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