Dia Mundial dos Enfermos
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Com essa citação de Jesus demonstrando
que o sinal da cura ia mais além, o Papa Bento XVI inicia a sua mensagem
para o XX Dia Mundial do Doente, celebrado no Dia de Nossa Senhora de
Lourdes, dia 11 de fevereiro.
Para nós no Brasil, esse dia se reveste
de maior solenidade ainda, pois estamos a poucos dias da abertura da
Campanha da Fraternidade, que justamente nos demonstrará um dos aspectos
da importante Pastoral da Saúde, que é a questão da saúde pública.
Além das visitas aos enfermos nas
paróquias e nos hospitais, e das campanhas de esclarecimentos e de
conscientização da responsabilidade pela saúde das pessoas, a
preocupação com uma assistência sanitária digna do ser humano para todos
os brasileiros clama nos corações de todos.
Neste dia, unimos a nossa reflexão para
que as pessoas experimentem a diferença que faz a fé em suas vidas
quando se defrontam com a fragilidade da doença e da dor.
O Papa recorda dos sacramentos “de
cura”, ou seja, o “Sacramento da Penitência ou da Reconciliação, e o
Sacramento da Unção dos Enfermos, que encontram o seu cumprimento
natural na Comunhão Eucarística.”
O tema mundial escolhido visa também ao
“Ano da Fé”, que deverá ser “ocasião propícia e preciosa para
redescobrir a força e a beleza da fé”. O Papa recorda que “deseja
encorajar os doentes e quantos sofrem a encontrar sempre uma âncora
segura na fé, alimentada pela escuta da Palavra de Deus, da oração
pessoal e dos Sacramentos.”
É fato que a doença, e suas
consequências, afetam a todos. Torna-se, assim, uma dor comum de toda a
humanidade, de todos os homens e mulheres. A doença envolve toda a
pessoa, seja no seu aspecto físico – o mais sentido, certamente, – mas
também no âmbito psicológico e mesmo espiritual. É assim um mistério que
envolve o ser humano.
A Igreja louva os progressos da
medicina, e mesmo os apoia, visto que são no seu cerne uma manifestação
do poder criador de Deus. Porém, sempre fazendo a ressalva de que acima
de qualquer avanço tecnológico está a dignidade do ser humano.
Jesus, ao curar, não o faz apenas e tão
somente para eliminar a doença. Ele cura para libertar, salvar a pessoa.
Libertar principalmente daquilo que a impede de realizar-se como
pessoa, como filha de Deus.
Assim, na cura Jesus manifesta-se como o
Salvador, o Messias. A cura das doenças por Jesus é um sinal de Sua
ressurreição, que é a primícia da nossa própria ressurreição.
Portanto, seguindo os caminhos de Cristo, vencedor do pecado e da morte, a Igreja está solidária e unida a todos os doentes.
Ao celebramos o Dia Mundial dos Enfermos
no dia 11 de fevereiro, na memória da Virgem de Lourdes, a Igreja no
Brasil também quer refletir sobre a questão da Saúde Pública na Campanha
da Fraternidade 2012, e incentivar a todos para que se engajem na
Pastoral da Saúde e trabalhem em todos os seus âmbitos.
Com isso, a Igreja demonstra a sua
solicitude constante para com os doentes, anunciando e testemunhando o
Evangelho do sofrimento, iluminada pela fé.
Sabemos da enorme contribuição que a
Igreja dá em todos os cantos do mundo ao cuidado em relação aos
enfermos. Seja no campo material com seus inúmeros centros de
assistência aos doentes: hospitais, casas de saúde, e outros,
principalmente e, sobretudo, no atendimento aos mais carentes e pobres.
Fazendo eco ao Papa Bento XVI, também
agradeço “àqueles que trabalham no mundo da saúde, assim como às
famílias que nos seus próprios entes queridos veem a face sofredora do
Senhor Jesus”.
Em suma, queridos diocesanos, a Igreja
quer e deseja promover e testemunhar o Evangelho de Jesus não só em
palavras, mas com iniciativas concretas de assistência e cuidados para
as multidões incontáveis de sofredores com os males da dor e das
doenças.
Que Nossa Senhora de Lourdes, Maria, Mãe
de Misericórdia e Saúde dos Enfermos, interceda por todos os doentes,
os profissionais da saúde, os enfermeiros e os dirigentes hospitalares a
colocarem a pessoa humana e a sua dignidade de filhos de Deus acima de
qualquer outra cultura, “para que a saúde se difunda sobre a Terra” (cf.
Eclo 38.8).
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