Viva com
alegria a perseverança do discipulado a serviço da Igreja
“Ora, como
invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele que não ouviram? E
como o ouvirão, se ninguém o proclamar? E como o proclamarão, se não houver
enviados?” (Rm 10,14-15) Com essas interrogações, logicamente encadeadas, São
Paulo não isenta os judeus da responsabilidade de não acolher o Messias, porque
os apóstolos foram enviados para anunciar-lhes essa boa notícia. Essas
perguntas, dos primórdios ao tempo atual, são pertinentes no processo de
evangelização.
Na verdade,
esta é a razão da catequese: anunciar e fazer discípulos. A catequese é uma
ação contínua na vida da Igreja; vem das origens e jamais deixará de ser
assumida porque faz parte do seu ser e seu agir. Com efeito, a Catequese é um
dos elementos que exprimem, adequadamente, o ser da Igreja, em sua missão de
anunciar Jesus Cristo: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mt
28,19) e nisso consiste a face da sua catolicidade; catequizar é uma das
práticas que retratam, concretamente, o agir da Igreja, no cumprimento de sua
missão, através das Dioceses, e aí está a marca da diversidade, unidade e comunhão.
Conforme a doutrina católica, em cada Diocese, “está verdadeiramente presente e
operante a Igreja una, santa, católica e apostólica” (CDC, cân. 369).
A catequese
na Igreja
O Concílio
Vaticano II afirma, na Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, sobre a
Igreja, “que nosso Salvador depois da Sua ressurreição entregou a Pedro para
apascentar (Jo 21,17) e confiou a ele e aos demais apóstolos para a propagar e
reger (Mt 28,18ss), levantando-a para sempre como ‘coluna e fundamento da
verdade’ (1Tm 3,15). Essa Igreja, constituída e organizada nesse mundo como uma
sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos
Bispos em comunhão com ele, embora fora de sua visível estrutura se encontrem
vários elementos de santificação e verdade” (LG, 8).
Essas notas
distintivas da Igreja – unidade, santidade, catolicidade e apostolicidade – se
encontram no coração e nos lábios de Jesus e vão se tornando visíveis na
Igreja, na medida em que o anúncio do Evangelho ultrapassa os limites geográficos
da Palestina e não se limita ao universo judaico, mediante a ação missionária
dos Apóstolos, dos primeiros discípulos e das lideranças pastorais nas
comunidades locais. Entender o ser da Igreja, portanto, é requisito para
compreender o agir da Igreja, onde quer que esteja presente.
A Palavra de
Deus é a fonte primeira da catequese.
São Paulo reconhecia o seu lugar na formação cristã: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (2Tm 3,16). A Igreja, mãe e mestra, “transmite e esclarece os fatos e palavras da Revelação e à sua luz, interpreta os sinais dos tempos e a nossa vida nos quais se realiza o desígnio salvífíco de Deus”. Cada “catequista experimenta a Palavra de Deus em sua boca, na medida em que, servindo-se da Sagrada Escritura e dos ensinamentos da Igreja, vivendo e testemunhando sua fé na comunidade e no mundo, transmite para seus irmãos esta experiência de Deus.”
São Paulo reconhecia o seu lugar na formação cristã: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça” (2Tm 3,16). A Igreja, mãe e mestra, “transmite e esclarece os fatos e palavras da Revelação e à sua luz, interpreta os sinais dos tempos e a nossa vida nos quais se realiza o desígnio salvífíco de Deus”. Cada “catequista experimenta a Palavra de Deus em sua boca, na medida em que, servindo-se da Sagrada Escritura e dos ensinamentos da Igreja, vivendo e testemunhando sua fé na comunidade e no mundo, transmite para seus irmãos esta experiência de Deus.”
5 fontes da
catequese católica encontra-se no Magistério da Igreja
1º.
Catecismo da Igreja Católica, com as verdades fundamentais da fé cristã;
2º.
Diretório Geral para a Catequese, tratando “dos princípios e do ordenamento
fundamentais da formação cristã”;
3º.
Compêndio do Catecismo da Igreja Católica é “um resumo do Catecismo da Igreja Católica, sob a forma de perguntas e respostas, publicado pela Igreja
Católica em 2005, e que contém de forma resumida os principais elementos da doutrina e moral católicas”;
4º. Carta
Apostólica do Papa Paulo VI, “Evangelii Nuntiandi”, sobre a
evangelização no mundo contemporâneo, vê a “comunidade evangelizada e
evangelizadora”;
5º. João
Paulo II, na Exortação Apostólica “Catechesi Tradendae”, “sobre a
catequese de nosso tempo”, a catequese é “direito e dever da Igreja”.
Por sua vez,
a Igreja no Brasil editou Documentos que iluminam a prática da catequese, como
a Catequese Renovada, Orientações e Conteúdo, visando “uma catequese inserida
na realidade e de caráter transformador.” Aprovado pela CNBB, na Assembleia
Geral de 2005, o primeiro Diretório Nacional de Catequese tem o objetivo de
“apresentar a natureza e finalidade da catequese, traçar os critérios de ação
catequética, orientar, coordenar e estimular a atividade catequética nas
diversas regiões.”
Instâncias
da ação catequética da Igreja
Em razão de
sua Organização, definida estatutária e regimentalmente, a CNBB tem o seu olhar
pastoral sobre a catequese nacional, por meio do Conselho Episcopal Pastoral e,
especificamente, da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação
Bíblico-Catequética; considerando as peculiaridades regionais no Brasil, o faz
por meio dos Conselhos Episcopais Regionais. As Igrejas Particulares, de sua parte,
por meio de Diretórios ou de outros subsídios pertinentes, imprimem à catequese
diocesana orientações que contemplam sua realidade pastoral, com ênfase na
catequese paroquial onde, mais diretamente, se desenvolve a formação cristã.
Por conseguinte, a catequese é missão da Igreja, assumida na sua feição
católica e em sua expressão local, como Conferência Episcopal, Igreja
diocesana, instância paroquial e nível comunitário.
Anúncio e
discipulado
O primeiro
anúncio – o querigma – é o início de toda a ação evangelizadora da
Igreja. O encontro pessoal com Jesus Cristo crucificado e ressuscitado sempre
provoca um impacto, como ocorreu com Pedro e Paulo, protótipos do “anúncio
querigmático”; não lhes bastaram a alegria, a felicidade e a paz pessoais;
sentiram-se impulsionados a anunciar Jesus Cristo, respectivamente, entre os
judeus e os gentios. O querigma, por conseguinte, é inerente ao ser da
Igreja e, por implicação, a catequese faz parte do seu agir.
De fato,
cabe à Igreja anunciar Jesus Cristo às pessoas e, por meio de uma adequada
pedagogia catequética, firmar na fé cristã aquelas que a abraçaram, por terem
recebido os Sacramentos da iniciação cristã. A esse respeito, a Conferência de
Aparecida, afirma: “A iniciação cristã, que inclui o querigma, é a
maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no
discipulado. Dá-nos, também, a oportunidade de fortalecer a unidade dos três
sacramentos da iniciação, e aprofundar o rico sentido deles” (DAp, 288). Assim,
o catequista anuncia Jesus Cristo; o catequizando ouve o anúncio, adere ao
Senhor e se torna seu discípulo.
Dessa
maneira, considerando o fato de a catequese de iniciação cristã acontecer, em
escala maior, no nível paroquial, o Documento de Aparecida aponta-lhe algumas
“tarefas irrenunciáveis: iniciar na vida cristã os adultos batizados e não
suficientemente evangelizados; educar na fé as crianças batizadas em um
processo que as leve a completar sua iniciação cristã; iniciar os não batizados
que, havendo escutado o querigma, querem abraçar a fé” (DAp, 293). No processo
da evangelização das pessoas, no contexto de sua vida e de suas relações
comunitárias, a catequese tem um papel fundamental a desempenhar como anúncio,
gerador de discipulado e de missão.
Ano
Catequético
A celebração
do Ano Catequético Nacional é uma rica oportunidade para que as Dioceses,
Paróquias e Comunidades manifestem, nas mais diversas formas, seu
reconhecimento aos dedicados animadores da catequese que exercem, há muito
tempo, aquilo que hoje se chama “trabalho voluntário”. Na verdade, o serviço da
catequese é um dos mais antigos e mais presentes na Igreja, graças aos inúmeros
e generosos catequistas. No espírito da profecia – “Que beleza, pelas
montanhas, os passos de quem traz boas-novas” (Is 52,7) – e das
bem-aventuranças, considerem-se felizes os catequistas porque, com seu anúncio
e testemunho, geram discípulos do Senhor e, por isso, “serão chamados filhos de
Deus” (Mt 5,9).
Dom Genival Saraiva de França é Bispo de Palmares/PE.
Dom Genival Saraiva de França é Bispo de Palmares/PE.
http://revistaparoquias1.hospedagemdesites.ws/?p=1249
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