FONTE: CNBB-Catequese e Bíblia
Está bem presente
em nossas vidas o costume de fazer memória dos entes queridos e já falecidos,
tanto parentes, amigos ou conhecidos. Isto acontece através de orações, de
visita aos cemitérios, a túmulos, que implica também a lembrança dos
testemunhos de fé e amor vividos por eles. Acreditamos na recompensa eterna
prometida pelos textos bíblicos. Finados evoca três realidades em todos nós. A
primeira é o sentimento de saudade, porque cada um marca seu tempo e as pessoas
com quem convive. A segunda é a esperança, principalmente por saber que
a morte
não tem a última palavra na vida das pessoas. Por último o compromisso que
devemos assumir em nossa caminhada ainda no tempo que passa. O clima de finados
tem uma conotação de sofrimento, de perda e de limites, que só é possível ser
superada no contexto do mistério da fé. Escapa à nossa capacidade, dentro do
mundo visível, o entendimento da realidade concreta da vida após a morte. A
promessa de Jesus Cristo é a ressurreição, como fruto de conquista feita na
vida terrena. A morte, numa visão de fé, leva-nos a olhar para o acontecimento
da cruz de Cristo, mostrando o rosto misericordioso de Deus. Não é o pecado que
conta, e o amor de Deus não está baseado em nossos méritos. A verdadeira
esperança não decepciona, porque está fundamentada no mistério da bondade e do
amor de Deus em Jesus Cristo. Celebrar o Dia de Finados não pode ser apenas um
sentimento, um lamento, mas também atitude de compromisso com a realidade
concreta da vida. É lembrar-se dos que já se foram, mas com os olhos fixados no
hoje da história, valorizando e agradecendo pelo que temos e somos ainda. A
referência maior deve estar nas palavras de Jesus: “para que todos tenham vida
e vida em plenitude” (Jo 10,10). Deus é defensor da vida, que deve ser administrada
por nós, dando a ela o rumo certo, a morada definitiva, que só pode ser no seio
eterno de Deus.
Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba.
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