sábado, 14 de novembro de 2015

Catequese do Papa Francisco sobre casais de segunda união




A Família, Pequena Igreja Doméstica, temática abordada desde os primórdios nos documentos da Igreja Católica e tão bem acentuada na Exortação Apostólica Familiaris Consortio de São João Paulo II, é tema do Sínodo dos Bispos e Catequese Permanente do Papa Francisco, a qual vem sendo dedicada com muito zelo em suas Catequeses semanais. E, ultimamente, especialmente sobre os casais de segunda união, nos fala e exorta sob o olhar do BOM PASTOR em sua Exortação Apostólica Evangelli Gaudium: “A Igreja […] é a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua vida difícil” (Exort. Ap. Evangelii gaudium, n. 47).

Na Diocese de Petrolina, não só a exemplo da Paróquia São Paulo Apóstolo, onde há o Grupo de Casais Bom Pastor, constituído por casais de segunda união, cujas famílias passaram pela dolorida experiência do fracasso matrimonial, e buscam viver pastoralmente as orientações da Igreja, procurando orientar sua prole na educação de fé das crianças, jovens e adultos, mas, também os “pais feridos” se envolverem na vida comunitária, coordenando pastorais, grupos e movimentos.

Recentemente, o Grupo Bom Pastor, segundo informações do Senhor Delúsio Coelho, convocou uma reunião com o Administrador Paroquial, o Pe. Antonio Malan de Carvalho, para esclarecer algumas dúvidas do pós Sínodo aos integrantes do grupo, os quais estiveram reunidos na Capela N. S. da Imaculada Conceição, COHAB II, às quais apresentamos:

1.     O Pe. Malan falou da desburocratização do Processo de Nulidade Matrimonial, o qual atualmente é julgado pelos próprios bispos diocesanos, diminuindo assim o tempo e os custos, dentro do processo,  e, que o Casamento Matrimonial é indissolúvel, porém por algum dos erros de consentimento entre as partes, pode ser declarado nulo pela Igreja conforme o Código de Direito Canônico.

·        Assinalamos aqui, o que diz o Código de Direito Canônico: Cân. 1056: As propriedades essenciais do matrimônio são a unidade e a indissolubilidade que, no matrimônio cristão, recebem firmeza especial em virtude do sacramento. 

2.     Falou-nos também da comunhão dentro da Celebração Eucarística, que sempre se dá no TODO da celebração, assim, mesmo os casais e as demais pessoas "impossibilitadas" de comungar, não sofrem perdas, pois estando inseridas no contexto celebrativo, são declaradas participantes da Comunhão.

·        Com muito zelo, Santo Agostinho afirmava que, por mais que estivéssemos purificados de nossos pecados, quem é digno de tão grande mistério: aproximar-se da mesa eucarística? É a misericórdia de Deus e o poder do Seu amor, derramado sobre nós neste único sacrifício, a cruz e a Eucaristia, que nos tornam dignos, convidados e amados, alimentados e salvos.

·        “Felizes os convidados para a “Ceia do Senhor: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo".


3.     Na continuidade, falou-se também que, se ainda nos grandes avanços da Igreja nos últimos anos e da esperança que, a cada ano, vem aumentando em relação a uma possível comunhão dos casais de segunda união, porém que estejamos sempre em unidade com a Igreja, para não sofrermos com a desobediência e não termos que  quebrar esse vínculo eucarístico.

·        Eucaristia diz respeito às experiências de amor e fé; fomos amados pela entrega de Cristo e cremos na Sua Palavra: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6, 53.86).

·        Com maestria disse Santo Tomás de Aquino: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento não se pode descobrir pelos sentidos, mas só com a fé, baseada na autoridade de Deus” (CIC, 1381).

4.     Por fim, foi pensada em uma forma de os casais e demais pessoas que não podem comungar se aproximarem de Jesus Eucarístico na hora da Comunhão, ficando o grupo de se reunir posteriormente para viabilizar ou não esse momento dentro da Celebração Eucarística, sob a orientação do Sacerdote.

5.     Ademais, o padre se colocou a disposição do grupo para dirimir quaisquer orientações acerca dos anseios, necessidades ou dúvidas que possamos ter.
Um agradecimento final de ambas as partes e uma oração marcou o fim da reunião, concluiu Delúsio Coelho, membro do Grupo Bom Pastor/PSP.

Wilson Alencar/PASCOM – Pastoral da Comunicação-PSP

Papa: casais de segunda união fazem parte da Igreja
Quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Papa retomou hoje as catequeses e segue no ciclo de reflexões sobre a família. O tema de hoje foram as “famílias feridas”, em especial os casais de segunda união

Da Redação com informações do Vaticano

Papa Francisco dedica catequese aos casais de segunda união / Foto: Reprodução CTV
Após um mês de pausa, o Papa Francisco retomou, nesta quarta-feira, 5, na Sala Paulo VI, as tradicionais catequeses com os fiéis. Seguindo no ciclo de reflexões sobre família, ele se dedicou às “famílias feridas”, citando em especial os casais de segunda união.

Francisco falou sobre como é possível ajudar os casais que fracassaram no casamento e partiram para uma segunda união, enfatizando que eles continuam fazendo parte da Igreja. “Essas pessoas não foram absolutamente excomungadas – não foram excomungadas – e não devem absolutamente ser tratadas como tal: elas fazem sempre parte da Igreja”, disse o Papa.

Embora consciente de que a separação contradiz o sacramento cristão, o olhar da Igreja para essa situação parte sempre de um coração de mãe, buscando o bem e a salvação das pessoas. Ao observar as segundas uniões a partir da percepção dos filhos – que segundo o Papa são os que mais sofrem com a separação – é ainda mais urgente que as comunidades acolham as pessoas que passam por tais situações.

“Como poderíamos recomendar a esses pais que façam tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles exemplo de uma fé convicta e vivida, se os mantivéssemos longe da vida da comunidade? (…) Não devemos adicionar outros pesos além daqueles que os filhos, nessas situações, já devem carregar”.

Diante dessas realidades, a Igreja não ficou “insensível” e “preguiçosa”, disse o Papa. Ele mencionou que, graças ao aprofundamento realizado pelos pastores, cresceu a consciência sobre a necessidade de um acolhimento fraterno e atento aos batizados que se separaram e estabeleceram uma nova convivência.

“Todos os cristãos são chamados a imitar o Bom Pastor. Sobretudo, as famílias cristãs podem colaborar com Ele cuidando das famílias feridas, acompanhando-as na vida de fé da comunidade”.
Fonte:

Catequese do Papa Francisco sobre casais de segunda união
quarta-feira, 5 de agosto de 2015, 13h17

CATEQUESE

Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Com esta catequese retomamos a nossa reflexão sobre família. Depois de ter falado, da última vez, das famílias feridas por causa da incompreensão dos cônjuges, hoje gostaria de parar a nossa atenção sobre outra realidade: como cuidar daqueles que, após o fracasso irreversível do seu laço matrimonial, assumiram uma nova união.

A Igreja sabe bem que tal situação contradiz o sacramento cristão. Todavia, o seu olhar de mestre parte sempre de um coração de mãe; um coração que, animado pelo Espírito Santo, busca sempre o bem e a salvação das pessoas. Eis porque sente o dever, “por amor da verdade”, de “bem discernir as situações”. Assim se expressava São João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris consortio (n.84), levando como exemplo a diferença entre quem sofreu a separação e quem a provocou. É preciso fazer esse discernimento.

Se depois olhamos também para estes novos laços com os olhos dos filhos pequenos – e os pequenos olham – com os olhos das crianças, vemos ainda mais a urgência de desenvolver nas nossas comunidades um acolhimento real para com as pessoas que vivem tais situações. Por isso, é importante que o estilo da comunidade, a sua linguagem, as suas atitudes, estejam sempre atentas às pessoas, a partir dos pequenos. Eles são aqueles que sofrem mais, nestas situações. De resto, como podemos recomendar a estes pais que façam de tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles o exemplo de uma fé convicta e praticada, se os mantemos à distância da vida da comunidade, como se fossem excomungados? Deve-se certificar de não atribuir outros pesos àqueles que os filhos, nestas situações, já estão tendo que carregar! Infelizmente, o número destas crianças é realmente grande. É importante que elas sintam a Igreja como mãe atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro.

Nestas décadas, em verdade, a Igreja não ficou insensível nem preguiçosa. Graças ao aprofundamento realizado por pastores, guiados e confirmados por meus predecessores, cresceu muito a consciência de que é necessário um fraterno e atento acolhimento, no amor e na verdade, para com os batizados que estabeleceram uma nova convivência depois do fracasso do matrimônio sacramental; de fato, estas pessoas não foram excomungadas: não são excomungadas! E não devem absolutamente ser tratadas como tal: elas fazem sempre parte da Igreja.

Papa Bento XVI interveio sobre tal questão, solicitando uma atitude de discernimento e um sábio acompanhamento pastoral, sabendo que não existem “receitas simples” (Discurso no VII Encontro Mundial das Famílias, Milão, 2 de junho de 2012, resposta n.5).

Daqui o repetido convite aos pastores a manifestar abertamente e coerentemente a disponibilidade da comunidade em acolhê-los e a encorajá-los, para que vivam e desenvolvam sempre a sua pertença a Cristo e à Igreja com a oração, a escuta da Palavra de Deus, com a frequência à liturgia, com a educação cristã dos filhos, com a caridade e o serviço aos pobres, com o empenho para a justiça e a paz.

O ícone bíblico do Bom Pastor (Jo 10, 11-18) resume a missão que Jesus recebeu do Pai: aquela de dar a vida pelas ovelhas. Tal atitude é um modelo também para a Igreja, que acolhe os seus filhos como uma mãe que doa a sua vida por eles. “A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai […]” – Nada de portas fechadas! Nada de portas fechadas! – “Todos podem participar de alguma forma da vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade. A Igreja […] é a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua vida difícil” (Exort. Ap. Evangelii gaudium, n. 47).

Do mesmo modo, todos os cristãos são chamados a imitar o Bom Pastor. Sobretudo as famílias cristãs podem colaborar com Ele cuidando das famílias feridas, acompanhando-as na vida de fé da comunidade. Cada um faça a sua parte em assumir a atitude do Bom Pastor, que conhece cada uma das suas ovelhas e nenhuma exclui do seu infinito amor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário