sábado, 17 de novembro de 2012

Estar alerta



Sex, 16 de Novembro de 2012 14:53 por: cnbb

D. José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
A prontidão nos deixa alerta para o que se passa dentro e fora de nós, bem como para o objetivo ou ideal de vida a ser conquistado. Para isso, precisamos treinar...
nosso aguçamento crítico, buscando entender o que está na base das propostas continuamente feitas ao redor e percebidas por nossos sentidos. Ao contrário, podemos nos deixar envolver e arrastar por caminho não pensado, podendo nos levar ao abismo.

Jesus nos adverte sobre a finalidade de nossa caminhada terrestre. Podemos ser pegos de surpresa se não caminharmos praticando o bem. Precisamos fazer escolha acertada para um comportamento de quem é responsável diante de Deus e da humanidade pelo testemunho de vida coerente com a fé. Se formos afinados com o ideal de vida apresentado pelo Criador, teremos um resultado feliz, já aqui na terra e, de modo esplendoroso, na eternidade. O julgamento divino de nossas ações é misericordioso mas também justo. Ele nos acompanha: “O Filho do homem está próximo, às portas”  (Marcos 13, 29).

O concílio Vaticano II, iniciado há 50 anos, nos ilumina muito para nossa caminhada de fé e responsabilidade pela missão que Deus nos dá de sermos presença no mundo, ajudando a iluminar, com a pessoa e a proposta de Jesus, nossa atuação na terra: “O homem, criado à imagem de Deus, recebeu a missão de submeter a terra com tudo o que nela existe, de governar o mundo em justiça e santidade” (Gaudium et Spes – Alegria e Esperança - 34). A justiça é indispensável para tratarmos o semelhante como gostaríamos que ele nos tratasse e Deus nos trata. Ela é a mola mestra da convivência na fraternidade, para que todos vivam respeitados em sua dignidade e tenham condição de viver como pessoas humanas. Exige doação de uns pelo bem dos outros, solidariedade, respeito à pessoa de cada um. A santidade se mostra na sinceridade de corresponder aos dons de Deus para realizar o bem na ordem natural e sobrenatural. Quem é santo coopera com a promoção de cada pessoa e de toda a comunidade. Não economiza esforços para, diuturnamente, ser instrumento de promoção de entendimento, de causas que fazem superar as dificuldades do semelhante, de promoção da família, da boa política e de tudo o que leva a pessoa humana a viver com o sentido apresentado pelo projeto de Deus.

Este Ano da Fé, promovido pelo Papa, nos estimula a sermos pessoas alertas para o testemunho da própria crença, fazendo-se verdadeiro missionário dos valores humanos e cristãos. Aliás, mais do que ter uma religiosidade de busca de solução de problemas pessoais e familiares, a pessoa de fé se empenha exaustivamente para apresentar aos outros o que é próprio de quem aceita seguir os passos de Jesus. Ele  se deu totalmente para que a justiça se infunda na terra, com os critérios de vida plena de sentido e realização para todos. Quem tem fé bem sedimentada  torna-se verdadeiro missionário ou apóstolo do amor de Deus.

O Concílio lembra a “ingente tarefa missionária” (Ad Gentes – Atividade Missionária - 10) que deve ser feita. Quem é consciente de sua fé não poupa esforços para ser verdadeira luz para os outros, com seu testemunho e sua ação de ensinar aos demais a convivência com os valores do Evangelho de Jesus.

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