terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O Homem: Este Desequilibrado

O HOMEM: ESTE DESEQUILIBRADO

O homem é o único ser da natureza que nunca está satisfeito com sua vida. Nada o completa de modo pleno, ele está sempre distante do equilíbrio. Que animal surpreendente é o homem! Nunca se poderá penetrar sua subjetividade. O reino da subjetividade humana é impenetrável. Quem pode prever os desígnios do homem? Que ser paradoxal é este? É anjo ou demônio? É sapiens ou demens? Definir o homem é o problema dos problemas filosóficos. Isto porque definir o homem é estritamente falando impossível. A melhor definição para se referir ao homem é mistério o que na verdade não é uma definição.

Mistério não é o que está absolutamente escondido mas aquilo que quanto mais eu conheço mais desconheço. Mistério é pois algo conhecido e desconhecido ao mesmo tempo. Nunca filosofo algum esgotará o ser do homem simplesmente porque ele não é um objeto mas uma pessoa. Um objeto eu posso dissecar e manipular já o homem não! O homem transborda todos os esquemas de compreensão sobre ele. Ele não se encaixa em nenhum sistema. Ele é transcendente.

Todo reducionismo antropológico deve ser evitado ao se problematizar o homem. Ele não é uma dimensão somente mas uma totalidade de dimensões estritamente interligadas. Ninguém segura o pensamento do homem, seus sentimentos, desejos e sonhos. Não tem ditadura capaz de privar-lhe da sua liberdade essencial. O homem nasce livre e ninguém tem o poder de aprisioná-lo.

O homem não apenas existe mas que encontrar razões para viver. O homem é o único ser que se pergunta pelo sentido da sua vida. A ciência jamais calará de dentro do homem seus anseios metafísicos e perguntas como: De onde vim? Para onde vou? Quem eu sou? Porque estou aqui? O homem é um eterno caçador dele mesmo. Desta caça ninguém pode esquivar-se. Com a existência não se brinca. A existência humana é dramática não resta dúvida. Agora atenção! Dramática não quer dizer trágica. Por isso não devemos dar ouvidos aos filósofos do trágico que dizem ao homem que a vida é um absurdo e tudo termina no nada.

Qual o homem que pedirá conselhos a alguém que não se maravilha com o brilho das estrelas? Qual o homem que pedirá conselhos a um ser frio e que perdeu a capacidade de imaginação e alegria?

Deus é a justificação da existência do homem. A autossuficiência do homem é uma atitude imatura semelhante a uma criança traquina que quer nadar no mar sem saber e sem ajuda de ninguém. Reconhece pobre criatura que não esculpistes a ti mesmo. A tua vida é graça e não mérito da tua parte. Existe um equilíbrio que ajuda a superação do teu desequibrio. A tua angústia só Deus saciará.

“Criaste-nos para Vós Senhor e o nosso coração vive inquieto enquanto não repousar em Ti”. ( Santo Agostinho). Não tentem psicólogos curar o homem da sua angústia ontológica pois ela é incurável. Ela faz parte do ser do homem. 

 Francisco José de Lima (Seminarista)

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